quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Cuidados com Fixadores Externos

Estou atendendo uma paciente com fixador externo na tíbia  Conversando com ele e conhecendo mais a fundo alguns dos incômodos da fixação, resolvi postar informações úteis a estes pacientes, segue uma publicação da Biblioteca Virtual de Saúde do Ministério da Saúde.





Introdução

Caro paciente! Você foi submetido a um procedimento cirúrgico-ortopédico no qual foi aplicado um aparelho chamado fixador externo, que é um conjunto de pinos metálicos fixados ao osso e de outros componentes localizados externamente. Para melhores resultados, alguns esclarecimentos e cuidados relativos ao uso do aparelho se fazem necessários.

Curativo

Além do curativo normal na ferida operatória, a limpeza diária da junção entre a pele e o pino é fundamental para evitar inflamação ou infecção.

Água e sabão neutro, soro fisiológico e álcool a 70º são os únicos produtos a serem usados. Depois da limpeza cuidadosa, os pinos devem ser envolvidos por gaze estéril. O fixador pode ficar aparente, portanto, não necessita ficar coberto por atadura de crepom, sendo que, somente nos primeiros dias após a cirurgia, isto é conveniente.

A crosta que se forma normalmente, deve ser removida com gaze, cotonete ou uma escova de dente macia. Em certos casos, para facilitar esta remoção pode-se usar água oxigenada leve (10 volumes).

Em alguns casos, onde existe secreção abundante, a higiene dos pinos necessita ser realizada mais de uma vez ao dia.

NÃO ESQUEÇA: LAVE BEM AS MÃOS ANTES DE FAZER O CURATIVO!

Banho

O banho de chuveiro diário ensaboando a pele ao redor dos pinos usando sabonete neutro, está autorizado, tão logo, a ferida cirúrgica principal esteja cicatrizada, lembrando que o fixador pode ser molhado com água corrente.

Mergulhos em piscina ou água do mar estão proibidos, pelos efeitos corrosivos sobre os componentes metálicos do fixador, bem como, possíveis contaminações ao nível da inserção dos pinos.
Vestuário

Use roupas leves e largas que acomodem bem o fixador. No caso da coxa, o uso do velcro em calças compridas ou bermudas com aberturas laterais é uma boa opção.

Problemas

No decorrer do tratamento, é normal o surgimento de uma secreção clara, transparente, que seca e se transforma em casca e deve ser removida, pois pode favorecer o aparecimento de secreção purulenta. Vermelhidão, inchaço, dor e aumento da temperatura local são sinais de infecção superficial e devem inicialmente ser combatidos com uma limpeza mais enérgica e freqüente. Quando se fala em limpeza enérgica, quer dizer, que devemos proceder a um massageamento da pele ao redor do pino, lavando sempre com sabonete líquido tipo Soapex, soro fisiológico e depois álcool a 70º.

Caso a infecção persista, com presença de secreção abundante, espessa e fétida, entre em contato com seu médico que provavelmente lhe recomendará o uso de antibióticos por via oral durante certo período.
Movimentação

O paciente portador de fixador externo, seja qual for o caso, não deve fazer repouso absoluto no leito, ou seja, deve andar, pisando, mesmo que levemente com o auxílio de muletas. Deve ainda, exercitar as articulações acima e abaixo ao segmento fixado. Por exemplo, se na tíbia (osso da perna) dobrar e estender o joelho e tornozelo. Se no fêmur (osso da coxa) exercitar o quadril e o joelho.

O quanto de carga corporal deve ser feito, será instruído por seu médico, no momento adequado.

LEMBRE-SE QUE O ATO DE PISAR ESTIMULA O OSSO ENCURTANDO O TEMPO DE USO DO FIXADOR!

Atuação

Pacientes submetidos a alongamentos ou transporte ósseo, devem seguir religiosamente as instruções de rodagem do aparelho. A velocidade e o ritmo ditados pelo médico são importantes para o sucesso do tratamento. Em geral, 1/4 de volta a cada 6 horas no sentido anti-horário, mas pode mudar, no decorrer do tratamento, em virtude da resposta biológica mostrada no RX. Outros tipos de ajustes serão sempre realizados pelo seu médico nas visitas periódicas ao ambulatório, daí a importância do comparecimento nas datas agendadas.

Medo

Não encare o seu fixador como um monstro agarrado ao seu corpo. Veja-o como a solução para o seu problema, como uma parte integrante e provisória do processo de tratamento e que será removido tão logo seu papel esteja cumprido. Não se abale com comentários leigos e desencorajadores. Resumindo: confie e colabore!

Dor

Em relação à dor, afirmamos: O SEU FIXADOR NÃO DOI!

Se a dor acontecer, pode tratar-se de afrouxamento do pino ou infecção de trajeto. Não se automedique, procure orientação do seu médico que certamente encontrará a solução para o problema.

Retirada

A retirada do fixador, tema polêmico e causa freqüente de ansiedade deve-se resumir com uma simples frase: Quando chegar o momento o fixador será removido. Salvo exceções, isto é feito no ambulatório e não causa dor devido à geometria cônica do pino. Repetindo: não é necessária internação hospitalar nem anestesia para este procedimento.

Recomendações

- Evite fumar, o fumo atrasa o tratamento.

- Evite antiinflamatórios, caso necessário, faça uso de analgésicos comuns ou aquele que você está acostumado.

- Não existe dieta, alimente-se normalmente.

- Se beber faça-o moderadamente.

- Dirigir não é recomendável.

- Dentro do possível, procure levar a vida que levava antes de colocar o fixador!
                        


  

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