quinta-feira, 18 de abril de 2013

Homúnculo de Penfield


O Homúnculo Sensório-Motor ou “Homúnculo de Penfield” é uma representação psiconeuroanatômica das funções do organismo humano: uma imagem corporal que o homem tem de mesmo.

Esse mapeamento do córtex cerebral foi produzido pelo Dr. Wilder Penfield (1891-1976), neurocirurgião canadense quando cuidava de pacientes com epilepsia. Esse trabalho possibilitou reconhecer a correspondência de regiões corticais cerebrais com áreas do corpo humano.

Para certificar-se de que a cirurgia não comprometeria a 
capacidade de comunicação dos pacientes, Penfield testava as áreas corticais que 
sob estimulação produziam distúrbios de linguagem. Estes achados, baseados em
relatos verbais de indivíduos conscientes, dramaticamente confirmaram a 
localização indicada pelos estudos de Wernicke, Penfield também demonstrou que 
os músculos do corpo estão representados no córtex cerebral, com grandes 
detalhes topográficos, o que resultou num mapa formando o homúnculo motor.  


A construção do mapa cerebral representada no córtex, no entanto, tem organização e forma diferenciada do território corpóreo caracterizando, assim, o homúnculo (homem deformado).

Penfield entendeu que estimulando fina e eletricamente o córtex cerebral dos pacientes pudesse provocar e controlar as crises descobrindo o foco da enfermidade.                                                                                                                                                 

O Dr Sabbatini diz que “no homúnculo motor, a região correspondente à boca e à língua ocupava uma área muito grande do córtex motor, assim como a do polegar e dos dedos da mão (regiões de movimentos complexos e muito finos), ao passo que a região correspondente às nádegas, pernas etc., ocupavam uma área relativamente muito menor (por terem movimentos mais grosseiros). No homúnculo sensorial, os lábios e as bochechas e as pontas dos dedos eram as que apareciam com maiores áreas, uma vez que são as mais sensíveis do nosso corpo, por terem mais sensores por centímetro quadrado que qualquer outra área do corpo, e ocupando, portanto, uma área desproporcionalmente maior do córtex” (Sabbatini, 1998).

Tais experiências resultaram em descobertas surpreendentes de áreas sensório-motoras à medida que o neurocirurgião manipulava os cérebros dos pacientes eles davam respostas sensoriais e cognitivas ligadas a memórias antigas.

ROCILENE OTAVIANO DOS SANTOS - Centro Universitário de Brasília

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